Vinhos do Sudeste: Brasil com Sotaque de Terroir
- Raffael Figlarz
- 25 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 17 de jun.

Quando falamos de vinho brasileiro, muita gente pensa direto no Sul do país — e com razão, afinal é uma das regiões mais tradicionais. Mas o que talvez nem todo mundo saiba é que o Sudeste também está dando um show de taça cheia!
Nos últimos anos, estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e até o Espírito Santo vêm mostrando que têm muito mais do que café, pão de queijo, praia e montanha. Eles têm vinho de qualidade, identidade própria e muita criatividade.
São Paulo: vinhos, pizza e inovação
São Paulo não vive só de correria e trânsito, não! A vitivinicultura por aqui está em plena expansão, com destaque para o Vale do São Francisco, a Serra da Mantiqueira Paulista, e regiões como São Roque, que abriga desde vinícolas tradicionais até projetos mais modernos de vinhos artesanais.
O diferencial? Muitos produtores estão apostando na colheita de inverno. Isso mesmo: ao invés de colher as uvas no verão, como é tradicional, eles fazem uma poda dupla e colhem no inverno, quando o clima é seco e o céu é azulzinho. O resultado? Uvas mais concentradas e vinhos mais intensos, com taninos redondos e boa acidez.
Uvas em alta: Syrah, Cabernet Franc, Tempranillo e algumas brancas como Sauvignon Blanc e Viognier.
Minas Gerais: café de manhã, vinho à noite
Minas não para de surpreender. Além de queijo e café, o estado vem produzindo vinhos cada vez mais interessantes, especialmente na Serra da Mantiqueira, onde o clima de altitude ajuda no amadurecimento equilibrado das uvas.
Por lá também rola a tal da viticultura de inverno, que virou a menina dos olhos dos enólogos mineiros. E olha que os caras estão levando isso a sério: há projetos super técnicos, com apoio de universidades e tudo mais.
O que esperar dos vinhos mineiros? Aromas intensos, taninos bem trabalhados e uma acidez que deixa qualquer queijo da canastra ainda mais gostoso!
Rio de Janeiro: praia, sol e… vinho?
Pode parecer improvável, mas o Rio também entrou no mapa do vinho brasileiro — com estilo, claro. A produção ainda é pequena, mas cheia de personalidade. Em regiões mais altas, como o entorno de Petrópolis e o sul fluminense, surgem projetos ousados, de vinhos artesanais e até orgânicos.
Por enquanto, o foco está em vinhos leves, fáceis de beber e cheios de frescor — a cara do verão carioca.
Destaques: vinhos rosés, espumantes e tintos jovens, geralmente feitos com Syrah ou Merlot.
Espírito Santo: pequeno no mapa, grande na taça
O estado capixaba ainda é tímido na produção de vinho, mas vem engatinhando com firmeza, especialmente nas regiões serranas como Domingos Martins e Venda Nova do Imigrante. Clima ameno, solo montanhoso e produtores apaixonados dão o tom dos vinhos capixabas, que vêm crescendo em qualidade e reconhecimento.
Expectativa para os próximos anos: mais vinhos de altitude, produção sustentável e rótulos que valorizam o terroir local.
Em resumo: o Sudeste é vinho, sim senhor!
O que une esses quatro estados? Paixão pelo vinho, ousadia e muita pesquisa. A combinação de altitude, tecnologia e um toque brasileiro vem colocando o Sudeste no radar de sommeliers, críticos e enófilos.
Se você ainda não provou um vinho de inverno de São Paulo, um Syrah mineiro ou um rosé carioca, essa é a hora. O terroir do Sudeste está falando alto — e ele tem sotaque, calor humano e muita história pra contar.
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