Albariño: A joia branca do Atlântico
- Raffael Figlarz
- 1 de ago.
- 3 min de leitura

Se você é fã de vinhos brancos frescos, aromáticos e com aquela acidez que faz a boca salivar, então está na hora de conhecer (ou se aprofundar em) uma uva que vem conquistando cada vez mais espaço nas taças ao redor do mundo: a Albariño.
Originária da Península Ibérica, mais precisamente da região da Galícia, no noroeste da Espanha, e também bastante cultivada no norte de Portugal (onde recebe o nome de Alvarinho), essa uva branca é uma verdadeira estrela quando o assunto é vinho branco de qualidade.
Origem e história da Albariño
Acredita-se que a Albariño tenha sido introduzida na Península Ibérica por monges no século XII, que possivelmente trouxeram mudas da região do Reno, na Alemanha. No entanto, estudos mais recentes indicam que ela pode, na verdade, ser nativa da Galícia, o que só reforça a conexão profunda da uva com o território espanhol.
Na Espanha, seu principal lar é a Denominação de Origem Rías Baixas, uma zona costeira influenciada pelos ventos e brisas do Oceano Atlântico, que oferece o clima perfeito para essa uva sensível: temperaturas amenas, alta umidade e solos graníticos bem drenados.
Características da uva e do vinho Albariño
A Albariño é uma uva de casca grossa, o que ajuda a protegê-la da umidade e de doenças fúngicas, muito comuns nas regiões litorâneas. Apesar de pequena, ela é extremamente aromática e concentrada.
Seus vinhos são conhecidos por:
Aromas intensos de frutas cítricas (limão, grapefruit), frutas de caroço (pêssego, damasco) e notas florais.
Um leve toque salino ou mineral, resultado da influência marítima.
Acidez alta, que traz frescor e excelente capacidade gastronômica.
Corpo médio e, às vezes, uma textura quase cremosa, especialmente quando fermentados com as borras (sur lie).
Albariño na taça: o que esperar
Um Albariño jovem costuma ser um vinho vibrante, fresco e direto, ideal para dias quentes. Já versões mais elaboradas, que passam por estágio sobre as borras finas ou em madeira, apresentam maior complexidade, estrutura e potencial de guarda.
É comum encontrar no mercado vinhos 100% Albariño, mas também existem cortes com outras castas locais, especialmente em Portugal, na região dos Vinhos Verdes.
Albariño vs Alvarinho: tem diferença?
Tecnicamente, trata-se da mesma variedade, mas as abordagens enológicas variam. Enquanto na Galícia o estilo tende a ser mais puro, com foco na expressão da fruta e da acidez, em regiões portuguesas como Monção e Melgaço, o Alvarinho pode apresentar vinhos com mais corpo, às vezes com leve teor alcoólico mais elevado e perfil um pouco mais maduro.
Harmonizações com Albariño
A acidez cortante e o frescor da Albariño fazem dela uma parceira perfeita para a gastronomia, especialmente pratos do mar. Veja algumas sugestões:
Ostras, vieiras e mariscos em geral
Ceviches e pratos da culinária asiática leve
Peixes grelhados ou assados com ervas
Saladas com frutas cítricas
Queijos suaves, como o de cabra fresco
Dica de ouro: experimente um Albariño com polvo à galega ou com um belo prato de bacalhau! A combinação é de fazer qualquer enófilo suspirar.
Curiosidades
A primeira semana de agosto é celebrada como a Semana do Albariño, com destaque para a Festa do Albariño na cidade de Cambados, Espanha.
Muitos produtores estão experimentando o cultivo da Albariño em países como EUA (Califórnia e Oregon), Uruguai, Austrália e até no Brasil, especialmente em regiões de clima mais ameno.
Conclusão
A Albariño é uma uva que combina frescura, elegância e versatilidade, sendo uma excelente opção para quem busca vinhos brancos vibrantes, com identidade e história. Se você ainda não se aventurou por esse mundo, vale a pena procurar por um rótulo de Rías Baixas ou um Alvarinho de Monção e Melgaço e se deixar surpreender.
Saúde!



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